domingo, 12 de abril de 2009

Sol da noite

 
Desejo o Sol da noite
Que me importa se queima soberba?
Se os raios filtram-se alheios
enquanto esquenta multidões?
Mesmo que no frio
desejo o Sol da noite

O exemplo, o belo, o filho burguês, o vil mascarado.
Sentem-se donos do Sol da noite.
Afoitam-se e descobrem-se em açoite
na noite do Sol da noite.

Hiperemia, queimadura e prazer;
tudo é o Sol da noite.
Não há nuvens, nem brumas.
Na pele borbulha, despalha, impregna o desejo,
meu platônico Sol da noite.

Viajam-se constelações
Luas nuas. Não lhe ponha adornos, elogios, busca-beijos!
É o Sol da noite, dos incandescentes lábios.
Seu brilho encaracolado no veludo incinera impressões digitais.
Nenhuma luz pra mim.
Só porque QUERO o Sol da noite!

sábado, 11 de abril de 2009

Peregrinando no desconhecido

 
Assim, no desconhecido
um elogio singelo
talvez, algum elo
um carinho dividido

Assim, ainda n'alma desconhecida
uma mensagem despretensiosa
que se mostrou ao poeta; embevecida
e decidida, a sentí-la tão maravilhosa

Num verso, o real valor
Numa estrofe, a profunda vontade
Uma terna beleza; interior
E aos olhos; inefável beldade

Neste perfil, me enquadraria
que pintura agradável
és explosão de poesia,
inspiração... irrecusável.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Flor que almejo

 
Que queres de mim?
Por que rasgas meu coração
quando te mostras?
Por que me enches de medo
e destróis minha autoestima
só por existires?

Por que teu oi é deleite?
Por que cada sorriso te é enfeite?
Por que meu coração treme?
Por que minha coragem geme?

Que queres...por favor!
Não me aguento oculto a ti
Não me sustento em dor
não provar-te quem eu sou.

Não me vivo.
Não me enlevo.
Não me quero contentar.

Sejas meu céu!
Em meu varal
prendas tu'alma
tentes-me ao léu
busques-me
só assim devolver-me-ás
minha perdida calma.