Ser, dos homens, o homem mais sincero
aquele que te amou pelo silêncio.
Palavras esvoaçam, as dispenso,
se, dentro em mim, das mesmas prolifero...
Ter, do silêncio, o verdadeiro e intenso
sentimento do qual nunca pondero:
numa mudez mostrar-te do que quero
noutra mudez mostrar-te ao que pertenço...
E se te não pertenço, eis a verdade:
sei mudo revelar sinceridade
mesmo se este silêncio é criticado!
Mas se te pertenci, por que é que minto,
se tudo do que sei, senti e sinto
foi que te amei demais, mesmo calado?...
"Quando nasce o amor, em si,
renasce, pois, nas coisas
e as cores são cirandas..."
Osvaldo Fernandes
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Porquê, Amigo
Tenho esta necessidade de inexistir;
de cultuar a pequenez:
ser a sombra da sombra; o osso do osso,
pequeno... ínfimo. Micro!
Ser-me-ia insuficiente
o silêncio de um mudo:
quero a garganta invisível.
Quero a palavra alterada
a separação completa do erre, do esse
para que me evitem tachar de instigante
para que me evitem fonemas
para que me evitem.
Amigo, sou monótono,
por um simples porquê:
se me faço inferior,
é pra lhe vasto fazer
cá dentro em mim...
de cultuar a pequenez:
ser a sombra da sombra; o osso do osso,
pequeno... ínfimo. Micro!
Ser-me-ia insuficiente
o silêncio de um mudo:
quero a garganta invisível.
Quero a palavra alterada
a separação completa do erre, do esse
para que me evitem tachar de instigante
para que me evitem fonemas
para que me evitem.
Amigo, sou monótono,
por um simples porquê:
se me faço inferior,
é pra lhe vasto fazer
cá dentro em mim...
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