terça-feira, 9 de agosto de 2011

A Vela

A tudo luz, a tudo, esquenta o que há vizinho
e vai pingando a cera, e vai criando a sombra,
revelando também na velha alma da alfombra
um monte esbranquiçado, em que o calor faz ninho...

Como tinta que pinga e adere ao pergaminho
escreve junto a luz revelações que assombram;
fundindo no tapete histórias quando tomba;
escondendo à fumaça um cego ardor daninho...

O fim é seu destino! E ao chegar tal momento
o fogo inexpressivo, ao sopro de algum vento
revela um sofrimento, e morre, e a vela apaga!

E o que se parecia objeto inanimado
Não era! É como fosse espírito turbado
que fumegando amor se derretia em chaga!

Um comentário:

  1. Tudo é efêmero...por isso é belo. Como diz um dos meus autores preferidos, se houvesse o peso do eterno retorno a leveza e a beleza que enebria os fatos se perderia nos nossos pesares de ter que viver, as alegrias e as tristezas...

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