Fiquemos sós, querida. Eu menos tu. Só de ti, só de nós.
Fiquemos livres, vivos! Fiquemos contidos nas nossas almas. Deixemos que o corpo – templo da ignorância e da farta burriquice – aprenda, sozinho, como se morto inda existisse.
Fiquemos soltos e alados; sossegados, perdidos ao hálito do vento, que um torvelinho, no templo, se nos lembrará.
Fiquemos sós, querida. E num próximo encontro, menos terno o gozo que teu corpo me herdas, num gemido silente, terás por eterno.
Nossas almas, completas de nós, serão a Natureza. E do corpo, a torvelinhos, se ouvirão os uivos, se ficarmos sós.
Furtam meus olhos pelos seus trejeitos O Olhudo, O Aquarela e O Nemo-velho. Planam pelo aquário me chamando, pousam suas barbatanas no escafandro que lhes renova todo oxigênio.
Admirado, levo as mãos ao vidro, (assim minha alma é, quando mostrada?) não fogem, não se movem, ficam lindos! E eu lembro a velha solidão que me enche quando digo um olá e ouço três nadas...