Uma poeira presa
à quina da parede.
Passeia distraído
um cachorro ao seu lado.
O acaso é este cachorro
de poeira se enchendo.
É a transformação
de um destino ocorrendo.
Modifica-o com o tempo,
e o tira a origem, cor,
é o que o acaso faz!
(pro estímulo ou langor)
A poeira – o destino;
Nasceu sem liberdade!
O acaso torna fado
outras mil realidades.
E se eu fosse liberto
veria os seus sinais
sutis, que modificam
a minha vida inteira?
Não sei. Sou desligado
ao que vem na dianteira.
Não nasci pra cachorro,
mas sei: serei poeira...
Poeira és toque fino!
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