(a Reinaldo Luciano)
Fui saciar, no sebo, um dos meus vícios:
de ler, e me aprazer – me traz alento.
Achei perdido e rofo, no interstício,
um papiro amassado e poeirento...
Rutilava! Minh'alma o refletia.
Mal sabia: era a luz da sapiência.
Quão belo o manuscrito em poesia
feita em versos de mera competência!
Tirei-o do baú onde o encontrei
Li cada verso! Como os degustei
tal Rei da poesia a olhos nus:
A lira dum espírito doirado
qual parecia o Nume despejado
ou talvez fosse o próprio, no Baú!...
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