I
Chore! Deixe que toda su’alma role
pelos pântanos de um semblante fel
e ver-se-á arqueada sobre o cole
refletindo cor neste negral léu
como reflete o arco-íris no céu.
Deixe que su’alma umidifique, molhe
e empoce de esperança. Deixe! Chore!
Transforme a lama em Ilha de Bornéu!
Que sei, desejará singrá-la toda
como quem navega à felicidade
ainda que, lá atrás, sua mocidade
desejasse vogar por toda boda
de papel, de diamante ou de platina.
Chore! Faça o teu mar livre! Menina!
II
Sente, o vento aliseu, na singradura?
Bem saiba, mi’a menina, é a esperança
é toda liberdade da bonança
que vicejou em sua semeadura.
Sente, nas ondas, sua vida pura
manumissão e toda aventurança?
É o balançar de quando era criança
e amava, sem perturbar-se em clausura.
Agora, a navegar, no próprio choro
d’alma; não aceitará um desaforo!
Desbravará o mundo que não viu...
Navegue o choro da libertação
e deixe para trás, toda ilusão
Levantando sua vela ao esposo vil!
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