"Quando nasce o amor, em si,
renasce, pois, nas coisas
e as cores são cirandas..."
Osvaldo Fernandes
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Mais uma dose
Mastigo as doses de morte
e bebo o enfermar de hemoglobinas
aspiro a fotocópia ruim do gen
e deixo para a vida só a sorte
como se a morte não fosse ninguém...
A sorte de viver
na morte, sem sofrer
e morro do correto
o que parece esperto
até, enfim, chegar...
E enquanto não me chega
e não adoeço de minha zoonose,
o que me vive,
e me aconchega
é ter mais uma dose...
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Soneto do Amor Amigo
Por toda vez que me senti tão só
por todo seu se estar do dia-a-dia:
ter lhe feito, quisera, sua alegria
de ver-lhe, às poesias, a melhor
De ver o amor que mais apetecia
que era poesia, (e nunca dor)
da amizade, que se houvesse, qual for
que com candor, perfeita, engendraria...
E apetecia porque era tão vero!
Como se fosse, em ser, mais um abrigo
os amigos quais choro em ombro e esmero...
E choro por tê-los, pois lhes bendigo:
- Louvados são aqueles quais venero! -
Que pungem em minh’alma o amor amigo...
sábado, 18 de julho de 2009
Cachorrinhar
É vendaval
dum vai-e-vem que não pára
e se pára, é por entre as taras
de ir-se vindo
e provocar
É ventania
ritmada, parada... ritmada...
constante e inconstante
é cheiro alucinante
e poesia pulmonar.
É fazer arfar
flocos de dormência
adentro aos sensores
de buracos moucos
é respirar, inspirar e expirar
por seu apetite-acorde...
a um inaudível som
deveras louco...
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Do curandeiro falecido
E viu tal mundo lindo se formar
onde o talento canta-se em inglês
onde o sentir do mundo - em egra tez -
é grosso de candura e afeiçoar...
Sentiu: todo negrume é muito pouco!
Pois na criança viu que a cura mora
cantando ao mundo su'alma canora
Talvez sonhasse com ideal louco...
Ou não! Talvez se fosse a realidade!
Ou sim... seu pueril conto de fadas;
real, por aspirar vera bondade...
No céu, consonou junto ao lindo sol
foi quando então viu que tudo se acaba
até o mundo vil, com demerol...
domingo, 5 de julho de 2009
Da morte completa do poeta

E quando em pó lembrar como foi seu passado
Quando se foi poeta o tanto de amargura
qual, nas folhas, rasou - e toda sua candura
pensando que foi cura os versos mal amados
E quando inexistir, se ainda houver cesura,
se foi mal feita a cura - assim como o versado;
também o versejado, impuro e malcriado -
que achou que era candor (não era, porventura)...
Não era nem amor! Também não houve sorte...
criou meras sandices, criou pra si a morte
em escolher os motes para seu criar:
Amar o indelinquente - e lhe julgar ainda!
Beber ineloquente a sua vida finda
Morrer inteiramente, sem sequer amar...
sábado, 4 de julho de 2009
Folheando
Vivalmas! Escrevo
lendo-lhes as almas que folheio
com os dedos de poesia
Cada estrofe, uma catarse
que volve brilhos
e salpicos de humor...
Cada letra baila etérea
e se harmoniza
numa frase angelical
Cada vida é um best-seller
Leio-a em simpleza
ainda qu'em esmero
como um enamorado
que lê o céu
tão infindável...
Fico somente alma
e a impressão de cada essência
fica no ar, que inspiro,
ao folhear...
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Da pureza inata do poeta

Lê e aprende atentamente! Sim?
Vês o tsunami tão frequente?
Lês o verso fel tão complacente?
És-te a casa, és-te um; sem ser fim...
Menta e vê e sente! Absurdamente...
Quartos já borrados de carmim
trovejando em todos os jardins
aviltando o ser inteiramente
Versa e verte e chora teu candor!
Pinga tuas faces! - tais em bruma -
Cede ao mundo sujo um expiar!
Esparge gotículas de amor!
Fecha tua janela!... e te esfuma!
Defuma o mundo vil com teu amar!...
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