"Quando nasce o amor, em si,
renasce, pois, nas coisas
e as cores são cirandas..."
Osvaldo Fernandes
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Relógio
Quero caminhar avante.
Detonar a inércia!
Acreditar no certo que se imagina.
Ter a certeza
que o não que me abomina
não faz do certo
menos imaginário.
Abominar é parar.
Acreditar é andar.
No fim, os fins se danam!
E o meio que vale!...
Que faz tudo... real!
Não me deixarei
ser relógio
hermeticamente rotundo
e fechado.
Num tic-tac
que tem sempre o mesmo som!
Que o ponteiro volte ao lugar de início.
Não quero minha vida relógio.
Não quero só tic-tac.
Eu tenho todas as onomatopéias do mundo!
Não quero, pois, este inferno:
A repetição
repetitiva
de tudo que se repete
repetidamente
como um tiquetaquear na parede!
A minha vida, até se pode relógio
mas de números infinitos
Como meus dias:
Com o mesmo céu.
A mesma natureza.
Posto que
em cada dia
um mundo novo
e infinito!
Eu quero o 25.
O 35.
O 1.006.
Eu quero os enes.
Os zilhões.
Cada dia algo novo.
Cada hora algo diferente.
Cada segundo... algo.
De verdade!
Quero a criação!
E não a repetição;
transformação.
Quero o toc-toc
de pés oníricos
a caminhar no chão do acaso.
Quero o descaso
de estar, diferentemente, errado!
Quero a novidade de tudo!
Dormir sem horas e acordar sem tempo!
Dormir cem horas
e ainda acordar no tempo!
Sonhar.. cem horas!
Mil! Milhões
na realidade do novo!
E realizar-me todas as horas
infindavelmente
como fosse um sonho!
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Ft,
ResponderExcluirVc sem mais tic-tac; eu sem mais toc-toc. Vc sem o metódico badalar das horas, eu sem o metódico protocolo dos dias sem fim...
Tic-toc!
Toc-tac!
Cem horas, cem toques.
Sem regras, sem fins.
Mas com rumo!
"... e simplesmente toque a música que embora sua, agora habita em mim..."
Beijos!!