O telefone toca. Lá na praia
põe-se a correr, enfim, pro último abraço.
Tropeça o coração, pulsa à cambraia
translúcido terror em cada passo.
Toma na mão, nos braços e desmaia.
Subverte a própria alma de cansaço.
Deita seu filho morto ao colo e ensaia
o mais choroso canto de um regaço.
– Por que meu filho (ainda enlouquecida)
levaste, Ó Mar? Por que levas as vidas?
Por que do que há mais belo Tu me privas?
Só o silêncio respondia, quando
ouviu-se lá do mar, rumorejando
dum marejante canto, uma água-viva!...
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