"Quando nasce o amor, em si,
renasce, pois, nas coisas
e as cores são cirandas..."
Osvaldo Fernandes
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Às Almas Presas Nas Cascas
Fomos, eu e o escritor, passar a limpo
uma alma rabiscada, um parvo esboço.
Fiquei, das qualidades, no garimpo,
da crítica, o escritor foi-lhe um acosso!
Acossamento pobre, um tanto ímpio
lascando a casca d’alma, até o caroço.
Eu redigindo o belo, a pego e chimpo
nesta alma, então transfaço-a ao meu remoço...
Tal alma rufla livre, liberal!
Bem emplumada como a de um pardal
co’a casca aveludada dum arminho!
Dantes presa ao escritor: seu vil gaiolo
Refiz-lhe arte final, dum esboço tolo
E desta casca... voou um Passarinho!
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