Desmemória
Narrei custoso em verso os meus anais
Quando a dificuldade? E a nitidez?
Só fiz, pois, em palavras cambiais
não as quais encaixotam duma vez...
Os meus anais se foram, e os meus ais
são-me as memórias em embriaguez
Um mar se volve por dentre os meus cais
Onde esqueci, poeta, o que me fez?
Palavra voga ao mar de esquecimento
Ondas tépidas vêm-me em desalento
E o eu poeta baldo implora à Lua:
Que venha! Venha logo, maré cheia!
Ó Lua! Energiza e titubeia
O mar do esquecimento que me amua!
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