sábado, 28 de novembro de 2009

Deixando


Assim eu vi, deixando-o só.
Quem diabos deixaria?
Talvez ele próprio
no ópio entorpecente
e estacante?

Pudesse então que femençasse
aquele insight inexistente!
Pudesse enfim, que o inebriante
inundasse-o, n’osmoses!

De onde viria a apoteose
– esfuziante –
senão do fóssil que se esfaz
pela ventania dum tempo mais-que-perfeito?

O tempo – o tempo –
volve-lhe cãs
em vivacidade. Apenas se,
nas manhãs
souber-se-lhe
volvido.

E assim eu o vi
deixando o só;
deixando-o pedra
nos caminhos
sem vento.

Esfarelado, plana
- já consigo -
sobre as rochas frias
e inertes
de si próprio...

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