terça-feira, 19 de abril de 2011

Pobre Imensidão

E houve o Big Bang... e houve o universo...
as estrelas, o sol, as supernovas
Andrômeda, vizinha destes versos,
rege os planetas como eu giro as trovas:

uma calcula os países:
– eis que são mais que duzentos!
das ilhas, uma outra conta:
– noves fora. é oitocentos!


E houve pessoas, mar, rios diversos...
(a imensidão – que é cada – mais comprova
sua impressão de infinda quando imerso
é o finito nas coisas que a renovam)

e voltando àquelas trovas:
– os sete mares reboam!
uma última arremata:
– há seis bilhões de pessoas!


Houve! E haverá bem mais(!) em cada cada;
centenas de países, gentarada
na lei da imensidão: crescer, crescer!...

E dentre o crescimento mais fecundo
e bilhões de pessoas deste mundo
parece eu precisar só de você...

terça-feira, 12 de abril de 2011

Na Aurora do Amor

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 "Quando nasce, o amor, em si,
renasce, pois, nas coisas;
e as cores são cirandas..." – Osvaldo Fernandes

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Um grilo bóia na água
e prata é verde musgo.
Há gavião nefando
invisível na sombra.

– Um sapo sai voando?

A arcaria de cores
pro céu, vai-se, lançando...

o céu chora... pras flores

Escondida entre as nuvens
(nas almofadas alvas)
trabalha a Estrela d’alva
e o branco agora é brilho!

e ouve-se um estribilho:

Asas de borboletas
ruflando, outrora pretas,
trazem mil coloridos
ao dia que desperta.

e tudo é luz e cor...

Pela janela aberta
pousando em nossas íris,
roubando, do arco-íris,
um vermelho de amor...

e ouvem-se mais canções:

São borboletas, grilos;
são sapos, gaviões,
que outrora eram só cores,
e agora... corações...