sábado, 13 de junho de 2009

Embora de mim...


Se porventura quiser ir agora
deixe à memória, imagens de candura
viagens de brandura qu’em outrora
fazia a aurora incender minha cura
em suas juras de amor que desarvora
e chora, por não ter sido mais pura
e ri de minh’amargura que aflora
por ora, enquanto prendo-me em agrura
que dura tanto!.. Um pranto que deplora...

E decora-me a face com brochura
e fura cada linha dela, embora
o que apavora é uma imagem dura
que apura minha ferida e colabora
a entrar outra senhora - que me acura -
qual minha augura almeja e comemora
e quebranta pra fora da cesura
a armadura que dentro você mora

A tora sem seiva da nora impura
da mãe-cultura que me imbui e colora
de linda vida que agora é alvura
que lhe censura em mim; desincorpora
e então cá fora, traz minha brandura
que a essa altura, lhe esquece por ora
e adora tê-la longe e lhe conjura:
À aviltada clausura;
à seiva que dessora;
a minha andadura
que me faz ir embora
tal qual a desventura
que me impeliu outrora!...

Um comentário:

  1. E essas memórias que tanto confortam e tormentam, que doce sabor elas têm..
    Obrigada pela visita..

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