quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O Preço da Liberdade


Que desejo impetuoso
degustar o vento,
forte e airoso.
Voar, com força total
antecipar o tempo, correr, acelerar
esfumaçar o caminho; furial!...
Ver o borrão num monumento!...

Convergir todo prado
num uníssono verde-cré;
ouvir o motor gritar ferocidade.
Rasgar arado,
pisar com sede o pé
à passageira liberdade!...

Ah! Como é bom, não ter que frear
e apressado, dirigir
saber que não tem pr’onde fugir;
fugir sem saber onde ficar;
fincar-se infindo na estrada.

E na máxima velocidade
sentir a derrapada,
e toda felicidade
flébil
e saber-se ébrio
e atropelar,
e mutilar!...

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