segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Anonimato

Num cubículo abafadiço e claustro
Onde suas mãos dão vida a seu diploma:
As mesmas que engendram mil parnasos
As mesmas que são vãs – vivem de coma...

As doenças se vão! E ao que parece
Nos traços destas mãos são convolutas
Diminuem, subtraem seu metro
Vertendo-se nas fábulas minutas...

A vida passa, é lassa, descompassa.
Um diário se torna mais diário
E num piscar d’olhos, o acaso bel:

A morte chega – a luz me ultrapassa
Corta o carme – cacos de relicário:
Anjos de Luz me lendo lá do céu...

2 comentários:

  1. Qualquer trabalha que as mãos façam nunca as torna vãs...E o anonimato só deixa mais interessante o indivídio, pois é fácil brilhar quando se está à frente do sol, difícil é cintiliar, que seja, quando se vive no escuro.

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  2. Não somos anônimos perante anjos ...

    Belíssimo poema e reflexão !

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