sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Casa Mal Assombrada

Por entre as entranhas
da Casa Assombrada
vivia, calada
minh’alma tacanha...

Na pele – a fachada
em que rugas pendem
no disforme alpendre –
ela está trancada...

O corpo a rejeita
(qual casa que expulsa
tristezas, repulsas
dum'alma imperfeita...)

Mas inda se habita
na casa – o meu corpo.
Um abalo torto
Treme-lhe e palpita.

Minh’alma se esconde.
Meu corpo estremece.
Nem a melhor prece
que há, me responde

Do escuro que dura,
do alarde indevoto!
Mais um terremoto!
A alma se fratura.

Em cacos e exangue
Roga por viver.
Serpeia sem ver.
Levanta-se: há sangue.

Enquanto adoece
E um choro lhe aperta
No sal se liberta!
Da casa esvanece...

No corpo – que é a mesma
tal “Casa Assombrada” –
não vive mais nada,
só resta avantesmas...

Um comentário:

  1. Acalma-te que o dia chega. Os fantsama só vêm à noite.

    Gosto de como seus versos me fazem sentir.
    Abraços.

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