Por entre as entranhas
da Casa Assombrada
vivia, calada
minh’alma tacanha...
Na pele – a fachada
em que rugas pendem
no disforme alpendre –
ela está trancada...
O corpo a rejeita
(qual casa que expulsa
tristezas, repulsas
dum'alma imperfeita...)
Mas inda se habita
na casa – o meu corpo.
Um abalo torto
Treme-lhe e palpita.
Minh’alma se esconde.
Meu corpo estremece.
Nem a melhor prece
que há, me responde
Do escuro que dura,
do alarde indevoto!
Mais um terremoto!
A alma se fratura.
Em cacos e exangue
Roga por viver.
Serpeia sem ver.
Levanta-se: há sangue.
Enquanto adoece
E um choro lhe aperta
No sal se liberta!
Da casa esvanece...
No corpo – que é a mesma
tal “Casa Assombrada” –
não vive mais nada,
só resta avantesmas...
Acalma-te que o dia chega. Os fantsama só vêm à noite.
ResponderExcluirGosto de como seus versos me fazem sentir.
Abraços.