quinta-feira, 5 de maio de 2011

O Esteta

Vieram me contar que sou esteta,
passadista e barbudo.
De fecho éclair nos lábios,
as vozes dos livros abriam
as bocas de Augusto;
do Rosinha;
seu Camões...
mas só pensava, eu, nos limões
derramados
por sobre minha única
e aparente identidade.

Já me desistindo
pulei no lixo,
lambi uma puta inteira,

– cortesã... pensaria outrora. Aliás
até Outrora pensaria outrora –


cheirei um gato morto,
e comprei um barbeador.

Voltei. Sou esteta!
Fiz da barba o charme
e do barbeador
um verso sujo.

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