"Quando nasce o amor, em si,
renasce, pois, nas coisas
e as cores são cirandas..."
Osvaldo Fernandes
sábado, 30 de maio de 2009
A Beleza De Todas As Eras
Contemplo aos meus,
os olhos teus,
e são estes que violentamente
penetram-me n’alma clemente,
como doces punhais,
e exauram-me os ais.
Adentram pomposamente aos dantes fechados
sulcos feridos e até então inflamados!...
E é quando a minudente cova visitas,
e a mesma inflamas
de tua pulcra chama;
Os cristalinos, então salientes
e admirados pela beleza pungente
que de ti emana,
casquejam-me em ver-te
e verter-te
na mais salutar lira
de brilhosa safira...
E me faz saber-te
a mais quista intrusa
da mais confusa
viagem insólita de mim.
A graça do meu pulsar carmim.
E enfim
Por ti, enterneço
E logo, estupefato, me pergunto
quão fui do olhar, defunto!...
Quão fui do belo acaso, sem apreço!
Meu terno olhar que já te venera,
sabe-te fruto do exotismo
há-te minha quimera:
meu incólume abismo;
minha nova era!
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