domingo, 5 de julho de 2009

Da morte completa do poeta


E quando em pó lembrar como foi seu passado
Quando se foi poeta o tanto de amargura
qual, nas folhas, rasou - e toda sua candura
pensando que foi cura os versos mal amados

E quando inexistir, se ainda houver cesura,
se foi mal feita a cura - assim como o versado;
também o versejado, impuro e malcriado -
que achou que era candor (não era, porventura)...

Não era nem amor! Também não houve sorte...
criou meras sandices, criou pra si a morte
em escolher os motes para seu criar:

Amar o indelinquente - e lhe julgar ainda!
Beber ineloquente a sua vida finda
Morrer inteiramente, sem sequer amar...

2 comentários:

  1. Este poema é muito muito forte...por isso adoro :>

    abração!

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  2. "E quando inexistir, se inda houver cesura,
    se foi mal feita a cura - assim como o versado;
    também o versejado, impuro e malcriado -
    que achou que era candor (não era, porventura)..."
    Adorável!
    Lindo mesmo o soneto
    =***

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