domingo, 25 de julho de 2010

Nascimento da Paz

Na relva
um bailado sepultante;
feixes candentes alumiam
toda a Passagem.

Um obus - trape! - soprando
e sorvendo sopros.
Sânie. Pus. Amareleza.
Lama. Gritos.
– Kawabanga!

Nas fumegantes trincheiras
pintores, que só descobrirão
o rubro;
poetas que nem mortos na glória
renascerão;
atores num palco real
que jamais se saberão heróis
ou vilões.

Naquela fronte
(naquela frente)
apenas um sorriso -
tão cândido, meigo, infante,
como aquele
parido pela mãe:
sua mulher.

Outra mãe – a guerra
parteja a Paz,
que vem – novíssima, nascendo
e chorando
lágrimas rubras
de um capacete gretado...

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