Quando a última luz
cingir-lhes a escuridão
os povos solitários
longínquos, céleres – aos brados
terão da solidão
o eco que a produz.
Terão, nas vagas da luz,
um deslize de existência.
Se afastarão da sapiência,
e ter-se-ão, solitários
perante a cruz,
em rezas de ermitério.
Louvarão pelo mistério,
e por todos os outros,
aparentemente felizes
povos lindeiros:
serão chamados loucos,
desgraçados, aprendizes
andadeiros!...
Do tempo furtarão
a dificuldade das horas
que se transfazem em martírios
irrelevantes à solidão.
E surgirá o delírio,
dum vazio em que o eco de solidão
completava outrora...
E assim, sozinhos,
(em seus corações)
os reféns do atemporal,
caminharão sem tropeço,
por toda escuridão.
Terão carinho e apreço
pelos que em outro caminho,
- o da luz racional –
são moucos, tarecos
fechados aos ecos,
de incertos clarões:
os mais solitários,
perdidos,
ermitões...
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