sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Ofídica Virgem

Deleita o toque e às pálpebras deleita
Ver-te e sentir-te às retinas focadas.
Em seda grossa, a carne enviesada
Dos sorrisos, volúpias liquefeitas.

Acertas todo prumo ainda deitada
À graça, extenuada e satisfeita.
Tornas da pele, a mais fatal, eleita
Na areia de lençóis, colubreada.

‎Devolves-me o olhar, sibila, e chama.
Um chocalho perfura a minha mente,
retumba algo de amor e caio exangue,

sentindo, em teu deserto – a nossa cama –
ofídicas picadas, vorazmente,
fazer pulsar veneno onde era sangue...

Um comentário:

Por favor, viaje comigo.