quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Vida: O salto pra morte



Invisto à gravidade, pelo prédio
e a cada andar que vejo, me é tão rápido
não dá tempo pra que algo seja sápido
e isto me seca à boca um voraz tédio...

Tombo em profundidade para a morte
Se ao me empoar no chão, terei pensado
se os braços, adejei, determinado?
Ou desejei que voar fosse sorte?

Mas quem, de fato, consegue voar?
Implume? Como não poder cair?
Se à vida não conseguimos fugir;
se o tombo, independente, haver-se-á?

E a vida arquitetada no edifício
o qual me salto, com asas de chumbo
na certeza total que, ao ar, sucumbo
mas não mi’a energia para o ofício...

que é viver para a morte, assim, saltante
sentindo o vento forte como aragem
admirando todas paisagens
e assim fazer meu fim, bem mais distante

Por se saber mais sápida mi’a vida!
E por tocar, o vento, no meu peito
esta energia, eu sinto, porque aceito
a morte, a me esperar; não mais temida...

E o tempo já não passa como outrora!
É tudo tão mais belo e colorido
em cada andar que fito, enternecido
reflete o etéreo lume de mi’a aurora...

Que dura o tempo que eu chegar ao chão
e enquanto não chegar, vou poetando
cada segundo, até que, em me empoando;
morrer não afetará meu coração...

2 comentários:

  1. Olha só meu amigo, acidentamente encontro o teu espaço, repleto de versos e poemas...dizeres cheio de explendor e mágia...é um prazer me encontrar contigo neste espaço...

    E se a morte vier, que venha de carro...pois longas pernas tenho para que não me alcance.

    Abraços.

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  2. Prefiro o risco do vôo dos pássaros àquela vida reclusa no ninho... I s2 you! =**

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