quinta-feira, 25 de março de 2010

Velhice

Não vi a velhice chegar!
Não a vi espreitando
na decepção que se fez forte;
no desamor que pareceu morte
num coração amando
e logo deixando de amar...

Não vi a velhice chegar!
Não a vi no branquejo
dos meus cabelos
porque o único espelho
era o branco desejo
de não tropeçar...

Não vi a velhice chegar!
A velhice d'alma!
Hoje sinto esta descalma
me imbuir fortemente,
e eu triste, tristemente,
torno grisalhos os sonhos
e negra a realidade:

A velhice d'alma chegou!
E nos sonhos envelhecidos;
e naquelas memórias vis,
a realidade se fez nada;
a existência se fez laxa;
e o novo que eu quis
inda não desabrochou.

E não desabrochará
enquanto de espinhos
a flor for demasiadamente cheia;
a essência, de mente reprimida,
ainda que erroneamente repleta!...

A velhice chegou
e esta alma de poeta,
se revelando, bramou:

- Quando fui ouvida,
fiz dos teus sonhos,
meus versos:
novo universo
onde as quimeras
são reais
e a realidade
o maior sonho já vivido!

Um comentário:

  1. Há um selo p/ você em meu blog!...
    Está com o link do site, esses novatos... rs!...

    Abraços!=)

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