Eu rogo:
Tragam a Poesia de volta!
Recolham todas as minhas partes!
Tragam-se as Artes!
Peguem minhas pernas no Maracanã.
Onde as gramíneas as vivificaram
com saudades de Poesia.
Peguem meu Coração
que pulsa quente
na massa fria e polar.
Não deixem a Poesia morrer!
Não deixem o amor bafuntar!
Tragam também
meus punhos:
lá nos planaltos da tez;
lá onde nasceu o carinho;
lá, além de qualquer ninho;
tragam os que tocam,
os que criam,
os que falam!...
Peguem os punhos
que jamais socaram a Poesia.
Tragam a Poesia de volta!
Recolham as artes!
Façam vivas as minhas partes!
Tragam meus olhos
que planam por entre os vãos;
que míopes, ainda são sãos;
que mortos, ainda verão!...
Tragam meus ouvidos
e façam-se ouvirem os feridos;
amigos, verdade, saudade;
façam-se ouvirem com vontade
os sons jamais percebidos.
Tragam a Poesia de volta!
Tragam-me a vida de volta!
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