terça-feira, 29 de junho de 2010

Um Faminto

A Alberto de Oliveira

Na sarjeta migalhas e um faminto
Catando-as como das estrelas, brilhos
Há muito se perdeu, se fez extinto
No vácuo deste céu, como andarilho.

Urra a dantesca fome e esperançoso
como Tântalo, se prefere em morte
enquanto escolhe o sul, vai-se pro norte
a sorte, a essência, o destino animoso.

Rogam suas pernas comiseração
Já não andam. Parado, e em desalinho
na sarjeta esmaiado, eis o glutão...

Cada migalha afasta-o do caminho!
Assim faminto, vive o coração.
Assim meu coração vive magrinho...

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