terça-feira, 15 de março de 2011

O Que Me És

És para mim, como num céu viçando
suas luas que me banham comichosas
a quinta fase: escura e luminosa;
amorfa , sensual, sem onde ou quando.

És mais do que pra mim: sou eu sanando
ao ritmo musical de mil felosas
que aterrissam cantando sobre as rosas;
os ninhos; sob a lua, afim, cantando...

És para mim, e inteiramente és
tal como a terça parte do equilíbrio;
um corpanzil plumoso de um anfíbio;
o céu telúrico onde eu calco pés!

Tu és(!), mas só pra mim – pobre poeta
régulo excelso das terras do bardo
parido em flor mas do Lácio bastardo –
a transcriação a que cultua o esteta!

Tu és a impressão imaginária
porque se vais ainda que não vás;
porque me ficas mais do que estarás
nas minhas noites mais que solitárias...

Em qualquer tempo me és enluarada!
Não mínguas, não és cheia, não és nova,
Mas enquanto houver céu, haverá a prova
crescente que em meu céu há mais que nada!

Um comentário:

Por favor, viaje comigo.