segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Velório de Estrela


Exalando um clarão, dos olhos se emancipa
mais uma estrela velha avistada no mundo.
Vai-se, naturalmente, em fração de segundos,
sua história, sua luz; pras últimas dissipa...

Parece tudo em luto: o dia se antecipa
trazendo-nos, sem brilho, um horizonte ao fundo
triste e choroso ao tom dum cinza vagabundo.
(um velório no céu, que tudo participa)...

Como em caixão de morto espalham-se almofadas
aglomeram-se as nuvens: painas que se montam.
— Seria mais um gesto à estrela que se vela?

Um lampejo. Um trovão. Mil nuvens carregadas.
Presto atenção no céu — à chuva que se apronta:
— É, tudo em volta chora e ensaia uma querela...


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