é um poema –
um bumerangue:
enquanto lança a dor
no peito renasce
retorna o sangue
retorna a cor
como se retornasse
à mão do lançador...
"Quando nasce o amor, em si,
renasce, pois, nas coisas
e as cores são cirandas..."
Osvaldo Fernandes
sexta-feira, 27 de maio de 2011
domingo, 22 de maio de 2011
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Lei do Homem
Sou em mim uma Nação
desenvolvida por aqueles
que reconheço:
não trafegam pelo acostamento;
ou se atrasam aos sinais verdes.
Sou em mim, também
as leis que a regem;
e desaventurados
os que não as conhecem
e os irreconhecíveis:
os que politicamente
são eleitos
por votos de beleza.
Sou em mim uma Nação inteira.
E patriotas são-me, apenas,
os que seguem a lei do amor...
desenvolvida por aqueles
que reconheço:
não trafegam pelo acostamento;
ou se atrasam aos sinais verdes.
Sou em mim, também
as leis que a regem;
e desaventurados
os que não as conhecem
e os irreconhecíveis:
os que politicamente
são eleitos
por votos de beleza.
Sou em mim uma Nação inteira.
E patriotas são-me, apenas,
os que seguem a lei do amor...
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Estória da Carochinha
Há nela um quê
de protagonista,
mas quer amar:
amar desamando...
Para mim, bastaria beijo,
cafuné,
e xis de canela.
Mas não para ela:
trai o marido,
quantas vezes pode.
Cada sarda exposta
é uma estrela que sacode
e apaga
no céu do casamento.
Meu pensamento
(mero coadjuvante)
vira cometa:
faz arder
e me colapsa...
Acabo de figurante
nesta sua história
(da carochinha...)
E no que era uma vez
fui feliz,
para corno sempre...
de protagonista,
mas quer amar:
amar desamando...
Para mim, bastaria beijo,
cafuné,
e xis de canela.
Mas não para ela:
trai o marido,
quantas vezes pode.
Cada sarda exposta
é uma estrela que sacode
e apaga
no céu do casamento.
Meu pensamento
(mero coadjuvante)
vira cometa:
faz arder
e me colapsa...
Acabo de figurante
nesta sua história
(da carochinha...)
E no que era uma vez
fui feliz,
para corno sempre...
Das Quantidades
Pois quando então sentires teu espaço
taciturno e sombrio
estica o braço, e tudo que houver dentro
será menos vazio:
Alonga estes teus braços! Vai a oeste!
Vai a leste também!
E deixa que eles errem no infinito
para o além do além.
Transpassa o horizonte, o azul, as pretas
matérias dos espaços!
Dedilha, por Andrômeda, planetas
dedica-os teus abraços!
Distende! Deixa o toque vigoroso
sentir o que inexiste...
E perde-te no desconhecimento
daquilo que te existe.
Volta! Vem escrever dos inescritos
e não sabidos astros.
E considera a ti, nos teus escritos:
te reconhece vasto!
Volta contigo dentro. Traz também
o braço longo e estranho,
a pequenez, e tu, como voltasse
para o mesmo tamanho.
taciturno e sombrio
estica o braço, e tudo que houver dentro
será menos vazio:
Alonga estes teus braços! Vai a oeste!
Vai a leste também!
E deixa que eles errem no infinito
para o além do além.
Transpassa o horizonte, o azul, as pretas
matérias dos espaços!
Dedilha, por Andrômeda, planetas
dedica-os teus abraços!
Distende! Deixa o toque vigoroso
sentir o que inexiste...
E perde-te no desconhecimento
daquilo que te existe.
Volta! Vem escrever dos inescritos
e não sabidos astros.
E considera a ti, nos teus escritos:
te reconhece vasto!
Volta contigo dentro. Traz também
o braço longo e estranho,
a pequenez, e tu, como voltasse
para o mesmo tamanho.
O Esteta
Vieram me contar que sou esteta,
passadista e barbudo.
De fecho éclair nos lábios,
as vozes dos livros abriam
as bocas de Augusto;
do Rosinha;
seu Camões...
mas só pensava, eu, nos limões
derramados
por sobre minha única
e aparente identidade.
Já me desistindo
pulei no lixo,
lambi uma puta inteira,
– cortesã... pensaria outrora. Aliás
até Outrora pensaria outrora –
cheirei um gato morto,
e comprei um barbeador.
Voltei. Sou esteta!
Fiz da barba o charme
e do barbeador
um verso sujo.
passadista e barbudo.
De fecho éclair nos lábios,
as vozes dos livros abriam
as bocas de Augusto;
do Rosinha;
seu Camões...
mas só pensava, eu, nos limões
derramados
por sobre minha única
e aparente identidade.
Já me desistindo
pulei no lixo,
lambi uma puta inteira,
– cortesã... pensaria outrora. Aliás
até Outrora pensaria outrora –
cheirei um gato morto,
e comprei um barbeador.
Voltei. Sou esteta!
Fiz da barba o charme
e do barbeador
um verso sujo.
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