"Quando nasce o amor, em si,
renasce, pois, nas coisas
e as cores são cirandas..."
Osvaldo Fernandes
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Obeliscos & Ruínas
Do restante, tem-se um monte
(brilho fedo, dor, poeira)
numa tal segunda-feira
ao bocejo do horizonte
uma chuva arruaceira
se instalou.
O Obelisco de planície
deste mundo que era belo,
aos escombros, na imundície
humilhado à superfície
foi perdendo sua importância
só lembrado no chinelo
(revestido de lembrança)
como um ícone amarelo
que findou.
(Dele, só o pó restou.)
São ruínas, nossas vidas,
do restante que se monta
de memórias ressentidas.
Mas ao vir da chuvarada
obeliscos não são nada:
minerais que se desmontam
se tornando pedra pronta
que jogada noutros tetos
faz roubar da nossa glória
toda história dos afetos
dos quais tivemos orgulho!
Obeliscos nas planuras,
importantes pela altura,
importantes pela imagem,
basta chuva, basta a aragem
serem algo mais iradas
revolvendo-se no ar
pra deixá-los em ruínas!
Vidas fracas, pequeninas,
se cuidando de empoar...
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