quarta-feira, 30 de março de 2011

A Lua e Eu

Conversando com a Lua
pus-me à rua,
pus-me à rua silenciosa.
Entreguei-lhe o que me amua
como sua,
como sua melhor prosa.

Tal corisco na caligem
vem, me inflige,
vem, me inflige um frio morno.
Seu sorriso me dirige
na fuligem,
na fuligem de um adorno.

Conto-lhe as mágoas, anseios,
devaneios,
devaneios mais dantescos.
Deixo o mundo, titubeio
no seu seio,
no seu seio gigantesco.

De manhã vejo o desleixo
quando a deixo,
quando a deixo e vou-me embora.
Como em todos os desfechos
que me queixo,
que me queixo ter memória.

Eis que a noite, n’outro dia
bem mais fria,
bem mais fria então me prova:
Lua negra, em agonia;
tão vazia!
Tão vazia... a Lua Nova.

Tão mais nova que os amores;
dos horrores,
dos horrores que explanei.
Passam luas, noites, dores,
mas as Flores,
mas as Flores... eu não sei!

Um comentário:

  1. Ai a Lua de letra maiúscula que preenche um espaço especial no meu coração..
    lindo o texto!

    ResponderExcluir

Por favor, viaje comigo.